Este pequeno trecho foi tirado do blog que conta a história de seu Manoel Estevam que faleceu a pouco tempo que fez, fez não! faz parte de nossa histrória.
Manoel Estevam |
No sertão, a plantação que ganha
destaque era de mandioca. Manoel Estevam beirando os trinta anos de idade vai
assumindo posição de comando nos negócios ainda junto com o pai Zeca Estevam
que com cinqüenta anos vai cada vez mais cedendo espaço para a ação do filho
primogênito.
O pai que veio para o sertão num
misto de empregado e meeiro de Sr. Didino, logo, por insistência deste,
arrendou em 1940 a Fazenda Liberdade por um período de sete anos. Ele tomava
conta da propriedade, se encarregava da plantação de mandioca e também fazia
farinha com a bolandeira existente na propriedade. Logo após o arrendamento, em
1941 Sr. Didino quis vender a propriedade para fazer outros negócios. Seu pai
Zeca logo afirmou que não tinha interesse em compra de terra. Manuel então
pediu licença ao pai para entrar no negócio. Daí surgiram as negociações com o
Sr. Didino que não se interessou em pegar a Fazenda Saquarema na baixada e
acabou por fazer opção nas negociações para ficar com a Fazenda Brejo dos Patos
e outra parte em dinheiro para finalmente ceder a Liberdade. Manuel manteve com
o pai todos os entendimentos já fechados do Sr. Didino com o pai e desta forma
o arrendamento se manteve até 1948. Porém, neste período já pegou junto com o
pai para fazer dinheiro e desta forma cumprir os compromissos financeiros
assumidos.
Para aumentar a capacidade de
produção, ao invés de contratar pessoal para o plantio de mandioca, faz opção
pela divisão pela “meia“, ou seja, cede a terra para um terceiro plantar em
troca da divisão dos resultados. Nesta época chegou a ter mais de dez meeiros
nas terras da Liberdade. O resultado era bom e não precisava acompanhar de
perto, pois, o resultado da produção era mais interesse para quem plantava até
do que ele, como cedente da terra. Isso permitia continuar a rodar, fazer novos
negócios e olhar outras oportunidades.
Uma decisão de Getúlio Vargas em
1937, exposta no Decreto Lei N° 26 de 30 de novembro de 1937, determinando que
toda farinha de trigo usada no país para panificação teria que ter obrigatoriamente
a adição de 30% de fécula, ou farinha obtida, de produto nacional conhecida
como farinha de mandioca, trouxe grande perspectivas para a região do sertão
sanjoanense. Na seqüência desta decisão estava o interesse do Barão Ludwig
Kummer, chamado na área de Barão de Tipity, em construir a Tipity Indústrias de
Mandioca Ltda. No dia 19 de agosto de 1939, depois de uma viagem de 11 horas de
Campos até Barra do Itabapoana o Barão assinou o contrato de construção de
Tipity cujo projeto previa a produção de 10.000 toneladas ou 200.000 sacas de
farinha panificável por ano, consumindo 33 mil toneladas de raízes de mandioca
no valor de 2.000 contos de réis. Quando Tipity começou a funcionar demandando
a produção de toda a região a tonelada de mandioca que era vendida a 20 mil
réis a tonelada, passou a 25, 32 e depois a 40 mil réis a tonelada. Os mais de
dez caminhões da marca “Internacional” que o barão mandou vir da Alemanha
cruzavam todo o sertão apanhando na própria plantação a mandioca plantada pelo
produtor.
A situação de Manuel Estevam teve
nesta época grande impulso. Sentiu que tinha acertado em deixar a baixada e se
dirigir ao sertão. Junto com a fábrica de Tipity outras melhorias estavam
previstas no seu rastro. Construção da estrada de rodagem de 80 Km da Barra até
Campos, trechos de estrada de ferro para ajudar no transporte da matéria prima
e do produto acabado. O início da produção industrial de Tipity se deu em
janeiro de 1940. No final deste mesmo ano Tipity já produzia 16.000 sacas de
farinha panificável num só mês. Mais adiante esta produção chegou a até 21.280
sacas por mês. Calcula-se que na época mais de 3.000 pessoas passaram a
depender direta ou indiretamente da produção de Tipity.
A instalação do Complexo Tipity
no sertão fez explodir a demanda por mandioca. Os caminhões e o pessoal do
Barão se responsabilizava com a retirada e o transporte da mandioca. O produtor
precisava apenas cuidar da produção. Nesta época chegou a ter 15 meeiros
tocando plantações de mandioca em suas terras. Os negócios começavam a
prosperar e em 1941, com trinta anos, Manoel Estevam começava a ser conhecido e
a ter algum crédito e com isso os negócios ficavam mais fáceis. Ousava,
arriscava e com o tino aguçado para os negócios seguia crescendo. Nesta época
ganha respeito também comunitário a ponto de ser convidado pelo Dr. Ernane
Carvalho, Delegado de Campos, para ser o 2° Sub-delegado do sertão, cargo não
remunerado, de apoio ao Sub-delegado, Antônio de Oliveira Rangel, cuja alcunha
era Miquilista, seu amigo particular. Também na época compra de segunda mão seu
primeiro carro, um Ford 1929.
fonte:http://estevamdemoraes.blogspot.com/
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